Paixão Platônica

O que sinto não pode ser dito. 
O que sinto não pode ser dito. 
Pois nunca foi dito. 

O que sinto talvez possa ser descrito. 
Mas só o ato de descrever esse tormento, 
Já profana minha sanidade.
É como tirar uma carta do castelo, 
Ele vem a ruir...

O que sinto é, consequência do que venho a pensar. 
Dos fracassos que não lamentei, mas me perseguem. 

O que sinto foi criado para me completar, 
E completo começo a enlouquecer... 

Só de pensar que a pessoa amada pode nem sentir o mesmo, 
Ou pior: Que ama outro amor. 
E o repúdio por esse sentimento que tenta crescer, 
É como um machado que poda os galhos de uma árvore daninha.

O que sinto se resume ao que quero enxergar,
Sem levar em conta o que realmente acontece. 
O que sinto existe para me confortar, 
Mas quando vejo a verdade isso me entristece. 

Por que o sinto é amor, por alguém que nem sabe que o sinto e nem pode corresponder. 
Porque esse amor é inventado por mim pra não viver a mercê, 
É como uma fogueira que me aquece em dias frios onde a companhia já é coisa rara. 
Pois nesse mundo gelado que vivo, apenas uma coisa é certa: A certeza de que tudo que sinto é apenas um paliativo que a minha mente reserva. 

O que se guarda sobre esse amor lentamente vai se apagando...
Como a esperança de que ele se realize. É como brasa em neve, vou desistindo... 
Deixando o frio tomar conta, enquanto choro pela perda da minha futura ex-amada, que jamais terei...

-Iktsuarpok 

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