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Mostrando postagens de maio, 2018

Paixão Platônica

O que sinto não pode ser dito.   O que sinto não pode ser dito.   Pois nunca foi dito.   O que sinto talvez possa ser descrito.   Mas só o ato de descrever esse tormento,   Já profana minha sanidade. É como tirar uma carta do castelo,   Ele vem a ruir... O que sinto é, consequência do que venho a pensar.   Dos fracassos que não lamentei, mas me perseguem.   O que sinto foi criado para me completar,   E completo começo a enlouquecer...   Só de pensar que a pessoa amada pode nem sentir o mesmo,   Ou pior: Que ama outro amor.   E o repúdio por esse sentimento que tenta crescer,   É como um machado que poda os galhos de uma árvore daninha. O que sinto se resume ao que quero enxergar, Sem levar em conta o que realmente acontece.   O que sinto existe para me confortar,   Mas quando vejo a verdade isso me entristece.  ...

Perpétuo Inverno

Tudo começou quando o meu coração parou...   Pelo abraço envolvente do anjo de gelo que me encantou: Quebrou, se fragmentou, se partiu e espatifou...   Como agasalho que retém o amor, o calor que dá vida, isso o anjo tirou.    Seu abraço me afaga para o frio, ao contrário do que deveria.   Me mantém longe do calor da vida.   P rocurando um fogueira branda que me aqueça, vejo apenas brasa fria.   E o pouco de coração que me sobra já não bate o quanto deveria... Assim sinto que espalhado sofro menos.   Enquanto perdido, encontro leveza na tristeza de viver.   E o calor que me rodeia não sacia o frio, que nem o desejo de a ter.   Mas aos poucos junto os pedaços do dito cujo,   Que mesmo congelado e quase morto ainda tem força de bater. E os cortes cicatrizam inibindo o sentimento e conservando o desejo de te ver, após esse frio passar...   -Iktsuarpok ...