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Rosas

Bela é aquela que com seus espinhos encanta Toma minha forma e com suas pétalas dança Timbre da lua que acalenta o filho perdido Vaga no breu à deriva de um sentimento esquecido Cor do véu encrustado de gemas  Brilho sereno de quem me condenas Seu toque mais leve releva ambição Tingiu vermelho soturna desolação Azul se impregna e preto degrada Dor falsa termina no lírio fantasma Em seus olhos espero meu fim pela graça Vontade fugaz levando o querer Sementes do abismo irão florescer De onde jamais pensaste em morrer

Soturno

Nenhuma palavra sai de mim. Sem sílabas, sem sorrir. Meus pensamentos estão à transbordar, Enquanto minha alma só quer se afogar. Sinto-me Inane e taciturno, À devira e só, sem nenhum rumo. Já fracassei o que tinha de tentar, E apenas me resta por dentro chorar. Dilúvio de ideias há de me matar. Se sobrevivo, angústia me acalentará. Morrendo vivo perdido no limbo de me curar. Louco me torno, incapaz de compartilhar. Soterrado e mórbido em próprio pensar. Sensação da qual nunca irei me livrar.

Inane

Surge uma linha, Espessa e profunda. Mente que só se afunda. Estilhaça a casca, Invade a ausência, Perde o pensar e a consistência.  Inebria o breu, Contempla o morrer. Desfalece o todo, E lhe sobra o porquê. Falta de alma, Perdeu sem perceber. O eco se afasta, Acabando o querer... - Ikt

Juramento do Caçador

Ao cair da Noite, No subir da Lua. Sedento de açoite, Golpeia alma crua.   Persegue sombra, E sombra e se torna. Seu qualia é honra, Sua fúria é escória.   Escorre escuro, Breu te invade. Abafa o urro, E a praga arde.   Perder o rumo, Não nos cabe. Expurgar é rito, Sangrar faz parte.   Véu vai, Aurora vem. Vivo estás Ou foi pro além?   Peso do mundo, Vou assumir. Escuridão, Irá sempre existir.   Nos macular, Não posso permitir. O mal que espreita, Devo destruir.   (Essa noite, nós caçaremos...)

Qualia

Me pergunto como saber, Se a companhia está no agora. Começa logo dor atroz. Que me faz ser,  Que me devora.  Outrora resta tristeza a viver. Palavras saem e vão levando, Carta vazia ou folha em branco. Limite fino, esguio e brando. Barreira alta que é meu antro. Morrer tentando, perecerei. Aquele azul não é o meu, Seu amargor não sentirei. Só que me sobra decifrar, Pelos teus olhos tentar achar, Ponto comum que possa usar. -Iktsuarpok

Obras de Amigos #01

Não dou conta de nada Aqui tá muito barulho Não escuto por fora Dentro é mais seguro Fique sempre por perto Cuidado com o que tu diz Não dê nem mais um passo Isso não é ser feliz Esqueça tudo daí Não venha ficar aqui Fuja deste lugar Cuidado para não naufragar O mar é agitado Isso é um oceano São ondas bem perigosas Te derrubarão em outrora Seja apenas você Mas cuidado com isso Nâo venha a se tornar Teu pior inimigo - Zen

Prefácio [Atrasado]

A cada dia que me aproximo de obter um resultado sigficante , aumenta em mim o desejo de fracassar . Deveria ser simples, ter um motivo ou razão de viver . Algo intríseco à manutenção de uma vida . Entretanto , sigo caminhando na linha tênue de ser homem livre e solitário ou um escravo das minhas companhias . Como resistir ao desejo de ir além ? De ser soberano e maior , mas também : Como não sucumbir as tentações que sussuram em teus ouvidos ...?  

Lugar nenhum... Todo meu

PARTE I   O mundo é uma pintura,   Uma pintura que ultrapassa suas bordas.   Vaza, escorre, pinga e colori.    Entretanto, também cobre e escurece.   A vida é uma tela branca,   Sendo aos poucos preenchidas com rabiscos.   As vezes alguns desenhos,   E em outras até lembretes.   Cicatrizes do tempo, afirmo.   A cada tempo que se passa,   Se faz necessário uma tela maior,   Ou um aproveitamento da tela que se tem.   Pintar por cima? Pintar o verso? Porque não?   Mais o melhor é: Rabiscar a tela de alguém.   Não com o propósito de suja-la, ou usurpar espaço de outrem,   Mas com a beleza de passar a síntese de um momentum.   Queria eu, ter tela e tinta suficiente para deixar,   Que outros artistas sua obra possam explanar,   Mas por só ter uma e não poder compartilhar …   Me...